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Caio Almeida comenta papel do líder no Jiu-Jitsu e mira World Pro

Líder da Almeida Jiu-Jitsu vai a Abu Dhabi com a missão de conquistar o tricampeonato do World Pro

Caio Almeida é bicampeão do World Pro. Foto: Milena Maldonado/VF Comunica
Caio Almeida é bicampeão do World Pro. Foto: Milena Maldonado/VF Comunica

Caio Almeida é uma rara unanimidade na comunidade do Jiu-Jitsu e construiu uma trajetória marcante como professor e atleta. O líder da Almeida Jiu-Jitsu já revelou diversos campeões, como Bia Basilio, Cleber Clandestino e Leo Lara, por exemplo, e tem um histórico vencedor nos tatames.

Caio é bicampeão do World Pro e vai à caça do tri no mês de novembro. Aos 37 anos, ele segue motivado e quer fazer história novamente em Abu Dhabi para cimentar ainda mais seu legado no Jiu-Jitsu.

Em entrevista ao VF Comunica, Caio Almeida comentou os preparativos para o World Pro e acrescentou que três alunos dele também vão competir no cobiçado evento árabe.

Caio Almeida avalia preparação para o World Pro

“O processo está maravilhoso. Meu preparador físico, o Itallo Vilardo tem me ajudado bastante e tem conduzido minha preparação com maestria. Tenho treinado Jiu-Jitsu diariamente e estou otimista para ser tricampeão. Além disso, vou levar três atletas comigo. Então, estou preparando o time de forma firme e sólida. Vou fazer os ajustes finais em Miami com o Renan Vital na Vital Brothers. Eu e o Reinan treinamos juntos na TT, com o Tererê e o Telles, então é um amigo de longa data”, afirmou Caio Almeida.

Apesar dos dois títulos de Abu Dhabi, Caio ainda não se sente saciado e quer adicionar mais uma conquista expressiva no currículo. Ele explicou o que ser tricampeão do World Pro representaria após tantos anos de dedicação.

“Significaria a constância do trabalho e a sensação de que estou vivo. Representaria a vida, a sensação de que ainda consigo fazer isso. Trazer mais um título do World Pro e formar mais alunos campeões concretizaria a importância de acreditar nos sonhos, de ser leal e de valorizar o trabalho duro. É um legado. Um dia, quando eu me aposentar, quero olhar para trás e ver quantas vidas eu consegui transformar. Quero me aposentar com a sensação de dever cumprido. Deus me deu essa autonomia e eu quero ser exemplo pela minha história. Hoje ainda acho que não consegui, mas estou em busca”, refletiu o faixa-preta.

Caio Almeida vibra após conquistar uma vitória. Foto: Lu Nivers Athletics
Caio Almeida vibra após conquistar uma vitória. Foto: Lu Nivers Athletics

Importância do domínio próprio no Jiu-Jitsu

Além de ser um atleta tarimbado, Caio comanda ao lado dos irmãos uma das equipes de Jiu-Jitsu mais importantes do cenário nacional. Ele listou os principais desafios para se tornar um professor de sucesso com uma equipe unida.

“O maior desafio é o desenvolvimento da inteligência emocional e do autocontrole. Para você se destacar como professor, é preciso ter domínio próprio porque o bom professor corrige no particular e elogia em público. Isso faz você repensar suas atitudes. Já perdi a mão e tratei alunos como não deveria diversas vezes. Conforme eu evoluí, aprendi a ter domínio próprio. Quanto mais estou em Cristo, melhor está o meu autocontrole. Muitos criticam quando um atleta deixa a equipe, mas procuro pensar em como posso melhorar. Às vezes, o outro professor está com o trabalho melhor que o meu, então preciso evoluir, é auto responsabilidade. Tenho alunos que estão desde a faixa-branca comigo e tive o prazer de dar a preta a eles. Outros já tiveram ótimas propostas, porém, optaram por ficar. Tive que ter muito domínio próprio para lidar com essas situações e responsabilidade para avaliar onde preciso evoluir”, expressou Caio.

Caio destaca missão do líder no Jiu-Jitsu

O faixa-preta da Almeida Jiu-Jitsu descreveu as principais diferenças entre ser professor e atleta e reforçou que o líder deve agir sozinho em prol do grupo.

“O líder é mais solitário porque toma as decisões sozinho e depois se recolhe para sua solidão e continua seu jogo de liderança. O líder caminha sozinho por todos. Mas, ao mesmo tempo, eu sou atleta e treino com a galera todos os dias. É um misto de sensações. O professor deve ser exemplo todos os dias, isso é algo difícil. Como sou atleta, meu corpo às vezes não aguenta e só preciso parar. Só que eu tenho diversos atletas que olham para mim me esperando parar para eles também pararem. Só que tem aquela história: se o líder sentar, o liderado deita. Então, continuo forte. Na hora da competição, também é difícil conciliar porque preciso abrir mão de mim pelos outros. O atleta é individual, então preciso cuidar dos meus atletas e abdicar do meu “eu”. São muitos sonhos, vontades e egos que preciso administrar. Mas tenho conduzido bem essa situação, já faço isso há bastante tempo”, reiterou o professor.

Temporada vitoriosa

Caio teve uma temporada intensa e ainda tem mais desafios importantes pela frente, como o World Pro. Ele fez um balanço da temporada e enalteceu a performance de seus alunos nos campeonatos.

“Estou orgulhoso com o meu desempenho. Conquistei quatro cinturões, venci Opens da IBJJF e lutei em todos os grandes eventos da Federação, exceto o Brasileiro porque eu estava doente. Competi no Pan, Mundial Master e acompanhei meus alunos no Mundial, em junho, e ainda lutei o Internacional Master Americano e fui campeão. Além disso, lutei no BJJ Stars. Agora, vou lutar o World Pro. O que também me deixou muito feliz foi ver meus alunos se tornaram campeões dos principais eventos, como Brasileiro e Mundial”, vibrou Caio.

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Escrito por Gabriel Almada

Jornalista aficionado por luta e faixa-roxa de Jiu-Jitsu

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