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Tetracampeão brasileiro, Bruno Frazatto relembra passado vitorioso na elite do esporte

Faixa-preta da Atos Atlanta vem ao Brasil para fazer coach da filha Manu Frazatto em busca do ouro no Brasileiro Kids

Bruno Frazatto chegou ao topo na elite do esporte e hoje está focado em transmitir os seus conhecimentos para a sua filha, Manu Frazatto. Foto: @siirstewart

Depois de vivenciar inúmeras experiências no Jiu-Jitsu de alto rendimento como competidor, das faixas coloridas à preta, Bruno Frazatto tem hoje a oportunidade de introduzir a filha nesse universo desafiador. Manu Frazatto, faixa-cinza, é uma atleta de 9 anos que mostra ter adquirido aptidão para o esporte na genética. Depois de boas performances em torneios da IBJJF nos Estados Unidos, onde ela mora com o pai Bruno, chegou o momento de Manu colocar seu Jiu-Jitsu à prova no Brasileiro Kids, agendado para acontecer em Barueri, São Paulo, no próximo final de semana.

Durante entrevista ao VF Comunica, disponível na íntegra no canal VF Comunica no YouTube, Bruno Frazatto, quatro vezes campeão Brasileiro na faixa-preta, falou sobre as responsabilidades de educar uma criança e uma atleta. Há limites que precisam ser respeitados e Bruno é consciente ao falar sobre isso.

“Eu competi por muitos anos no alto nível e eu quero que ela chegue no mais alto nível também, eu sei o que é preciso. Mas ao mesmo tempo eu tenho que entender que ela só tem 9 anos, ela é uma criança. Então, saber dividir essas duas partes é o mais complicado, saber diferenciar o que é tatame e o que é casa.”, compartilhou Frazatto.

Jiu-Jitsu dos Frazatto é uma marca registrada

Para as lutas no Brasileiro, o que se espera de Manu, de acordo com suas atuações anteriores, é um Jiu-Jitsu lapidado com atenção aos detalhes, sem brechas e sem posições que funcionem como zonas de conforto. Afinal, como afirmou Frazatto, o Jiu-Jitsu moderno proporcionou a ele, como professor, trabalhar melhor as fraquezas e enaltecer as qualidades técnicas da filha para torná-la uma competidora completa.

“A gente que convive com a nova geração e eu acho que pela informação ser passada de uma forma melhor e ter atualmente um sistema de ensino, tudo fica mais fácil para nós professores. Eu sei de todas as dificuldades que tive na minha carreira, principalmente no jogo por cima, no jogo em pé, e eu tento trabalhar todas as brechas do jogo dela. Ela é muito melhor passando do que eu na minha época de faixa-azul, de faixa-roxa. Eu sei o que é necessário para ela ser completa. Eu perdi muita luta por não ser completo nas faixas coloridas.”, afirmou o responsável por uma das filiais da Atos, em Atlanta, nos Estados Unidos.

Bruno Frazatto é um professor atento às necessidades da competição.
Bruno Frazatto é um professor atento às necessidades da competição. Foto: @caitxclarke

Estabelecendo-se como um peso pena consistente no seu auge como competidor na faixa-preta, Frazatto conseguiu quatro medalhas de ouro no Brasileiro da IBJJF. Competição considerada por muitos como uma das mais concorridas, já que, para lutar no Brasil, não há necessidade de visto, um obstáculo que impede a entrada de muitos atletas habilidosos nos Estados Unidos para disputar, por exemplo, o Mundial na Califórnia. Das lembranças que tem da época, ele cita o primeiro título como o mais especial, uma conquista que dissolveu uma insegurança que ele sentiu quando foi graduado à faixa-preta, em 2005.

“Acho que o primeiro (título brasileiro) na faixa-preta foi mais especial. Porque quando cheguei eu não queria a faixa-preta. Eu fechei o Mundial na marrom com um parceiro meu de treino, o ‘Wilsinho’, foi um ano bem difícil na minha carreira, meu avô faleceu e ele me dava todo o suporte, foi um ano conturbado da minha vida. Eu não me sentia maduro para a faixa-preta, eu só tinha sete meses com a faixa-marrom, eu queria lutar mais um ano, mas me promoveram. Meu primeiro campeonato foi o Brasileiro e acabei ganhando. Eu fiz a final com o Cícero Costha, foi uma luta bem dura e eu vi que estava pronto para a faixa-preta.”, relembrou Frazatto.

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Escrito por Emmanuela Oliveira

Emmanuela Oliveira é faixa-marrom de Jiu-Jitsu e formada em Comunicação Social. Dentro do tatame, aprendeu que é possível conjugar Jiu-Jitsu, escrita e o gosto pelas artes visuais em um só pacote.

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