Nascido em Campinas, em São Paulo, Bruno Frazatto conheceu o Jiu-Jitsu aos 14 anos de idade e, com apenas três meses de faixa-branca, foi campeão em um torneio regional. Desafio que ele decidiu enfrentar após ser encorajado pelo avô e por Marcelo Ferreira, seu mestre na época. Hoje, com 19 anos de faixa-preta e vários títulos relevantes na prateleira, incluindo o ingresso no MMA, Bruno Frazatto é também movido pela missão de incentivar, transmitindo o Jiu-Jitsu à filha, ainda na infância.
“Hoje consigo ver todos os benefícios que o Jiu-Jitsu traz como desenvolvimento pessoal. Então, como pai, tento sempre passar para ela esse conhecimento de uma forma que ela entenda o que quero transmitir. Vejo que o ambiente competitivo é muito importante para ela se transformar como atleta e como pessoa. O Jiu-Jitsu é um esporte maravilhoso que, feito da forma certa para as crianças, os benefícios vão bem além do tatame.”
Entre as maiores dificuldades de ensinar Jiu-Jitsu dentro da família, Frazatto aponta as dificuldades das crianças em separar os acontecimentos dentro do tatame, nos treinos e competições, de situações restritas ao ambiente familiar. “Sou movido a desafios e tem sido bastante importante para meu desenvolvimento como pai e professor porque, ao mesmo tempo que tenho que pensar no desenvolvimento técnico dela, tenho que também pensar na parte psicológica do processo. Não é fácil, mas é bem prazeroso e compensador.”, comentou.
Tetracampeão brasileiro na faixa-preta, além de medalhista de ouro no Europeu e Pan-Americano, Bruno Frazatto fez parte da elite do peso-pena por longos anos, se estabelecendo como um competidor de sucesso. A seguir, ele relembra o seu início e como fez para superar os obstáculos. Naquela época, decidir seguir carreira nas artes marciais era uma atitude bem mais ousada, já que os incentivos de hoje, ainda que distantes de ideais, eram basicamente inexistentes.
“Todos os títulos têm um significado bem importante na minha vida, mas acho que meu primeiro título Mundial na faixa-azul foi bem especial pela circunstância do momento que estava vivendo. Eu pude superar todas as adversidades e sair campeão sabendo que estava no caminho certo, mesmo com muitas pessoas dizendo que eu estava fazendo uma loucura. Ir por esse caminho em um esporte que na minha época não tinha muitas pessoas de sucesso para se espelhar.”, afirmou Frazatto, citando, ainda nesse tema, as lutas travadas no Mundial e no ADCC. Combates que fizeram o faixa-preta atingir um novo patamar diante das dificuldades da elite do esporte.
O sucesso também veio no empreendedorismo – filial de Bruno Frazatto da Atos, em Atlanta, é referência
Proprietário de uma filial da Atos em Atlanta, Bruno Frazatto vivencia hoje uma fase de sucesso como empresário, gerenciando uma unidade vista como referência de ensino entre crianças, preparando com cuidado atletas da futura geração. A Atos Atlanta respira Jiu-Jitsu, com mais de 15 professores dedicados e horários diversos, para todo tipo de público.
“A academia vem crescendo bastante. Hoje, com certeza, somos o maior programa de crianças da Geórgia e com certeza um dos maiores do sul dos EUA. Recebemos visitantes semanalmente pelo sucesso dos nossos estudantes em competições. Temos um time de 15 instrutores e professores que fazem um trabalho incrível e temos aulas em todos os níveis, praticamente o dia todo, e a metodologia vem sendo essencial para o crescimento do business. No cenário competitivo, nossos atletas já conquistaram títulos Mundiais e Pan-Americanos. Nas faixas de base, da IBJJF Gi e No Gi, já ganhamos o ADCC Trials aqui nos EUA. Tenho convicção pelos resultados que estamos no caminho certo.”, avaliou Frazatto, medalhista do Mundial da IBJJF.
Nos dia 22 e 23 de junho vai acontecer o Campeonato Brasileiro para Crianças, da IBJJF, e Bruno vai desembarcar no Brasil para instruir a filha Manu Frazatto, de cinco anos de idade, na competição. O cenário tradicional do torneio remete a um tempo de boas memórias.
“O Brasileiro sempre foi um campeonato de muita importância para mim. Sou de uma época em que o Campeonato Brasileiro era praticamente o Mundial e tenho certeza que ela vai adorar a atmosfera de competir no Brasil. Serão muitos desafios, mas acho que ela vem como favorita para conquistar o título. Estou muito ansioso para ver como ela vai performar no Brasileiro.”, destacou Bruno.