O faixa-preta Bruno Bastos trilhou uma carreira de sucesso no Jiu-Jitsu e se tornou referência dentro e fora dos tatames. Multicampeão master pela IBJJF, Bruno lidera a escola Lead BJJ, no Texas, e agencia lutadores de Jiu-Jitsu gabaritados, como Horlando Monteiro, Melissa Cueto, Emily Fernandez e Lucas Norat.
A Lead BJJ é um celeiro de promessas e tem revelado diversos atletas que têm brilhado nos principais torneios da modalidade. Em entrevista ao VF Comunica, Bruno Bastos listou as grandes joias lapidadas na escola.
“Hoje temos três faixa-pretas novos que venceram o Mundial em faixas coloridas e têm potencial para realizarem o mesmo feito na preta. É o caso da Emily Fernandez, Abbigayle Pontes e do Thalys Pontes. Quando o atleta ganha nas faixas coloridas, isso o ajuda na bagagem como competidor na faixa-preta. Além deles, destaco a Cássia Moura, campeã mundial neste ano na faixa-azul e já é uma realidade na roxa. Também posso citar a Agatha Nigro, que se consagrou campeã brasileira juvenil ao derrotar Sarah Galvão. Nossa equipe ainda conta com outras promessas, como Zion Mendoza, vice no Mundial ao perder para a Cássia, Maya Padilla, de apenas 12 anos, mas é um prodígio. Ela foi da faixa amarela a verde em um ano. Maya foi bicampeã do Pan Kids, campeã Brasileiro de Crianças, do Europeu Kids e da Jiu-Jitsu Con Kids. Outros talentos são o Patrick Deleon, faixa-roxa campeão na Jiu-Jitsu Con, e Felipe Padilla, faixa-laranja que foi medalha de ouro no Pan Kids e na Jiu-Jitsu Con Kids. Esses têm demonstrado já com resultados que os apontam como futuros competidores”, garante o professor.
Bruno Bastos se consolidou como um exímio formador de jovens campeões e é apontado como um dos principais professores de Jiu-Jitsu. Ele explica por que a Lead BJJ tem projetado tantos atletas nos maiores palcos do Jiu-Jitsu.
“Acredito na importância de sistemas. Temos uma metodologia de ensino focada em sistemas. Há vários sistemas no Jiu-Jitsu. Se você consegue passar isso para os seus alunos de maneira organizada, fica mais fácil que eles tenham um entendimento mais apurado de conexão de movimentos. Aqueles que querem competir em alto nível têm um acompanhamento diferenciado, o qual também trabalhamos o entendimento de competição: suporte mental e periodização de treinamento de acordo com o calendário competitivo. Acredito que essa combinação de fatores nos permite desenvolver habilidades nos competidores para maximizar seus talentos”, afirma Bruno.
Hoje em dia, não basta apenas ser bom de Jiu-Jitsu para estrelar os grandes eventos. É preciso ter direcionamento de carreira, promover as lutas para cativar o interesse do público e aprender a usar a própria imagem. Bruno, que é um empresário influente na comunidade do Jiu-Jitsu, enumera as funções do agente para exponenciar a visibilidade do atleta.
“O trabalho do empresário vai além de arrumar lutas em eventos, patrocínios ou seminários. É sobre ter plano de carreira, ajudar com escolhas que levem o atleta ao objetivo dele. Se você somente surfa a onda, um dia a onda termina na areia. E depois você vai fazer o que? No meu começo na faixa-preta, entendi que o mercado estava se abrindo nos Estados Unidos. Trabalhei para ficar numa posição de destaque para aproveitar uma oportunidade. Mas quebrei muito a cara, já que ninguém me guiou no processo. Então, com o conhecimento e experiência que tenho, ajudo os atletas a entenderem o mercado, a terem um objetivo e a seguirem o plano para conquistar essas metas”, declara Bruno.
Além de ser professor, empresário e um atleta experiente, Bruno Bastos é um estudioso do Jiu-Jitsu. No sábado, 9 de setembro, o BJJ Stars vai agitar a cidade de São Paulo com a disputa do GP Peso Pesado feminino e com as lutas casadas. Bruno analisa o Grand Prix e aponta as favoritas ao título.
“Primeiramente, gostaria de parabenizar o Fepa pela iniciativa de realizar um GP Feminino com R$ 100 mil em jogo. Espero que o evento seja um sucesso para que tenhamos mais oportunidades como essa para o Jiu-Jitsu Feminino. Vejo que o GP está entre três nomes, seja pelos resultados recentes ou pelo histórico de carreira. São elas: Gabi Pessanha, Tayane Porfirio e Melissa Cueto. Na minha opinião, essas são as favoritas. Obviamente, as outras atletas estão no páreo, mas acredito que os três nomes citados estão à frente. A chave vai dizer muito de como essa competição vai se desenrolar”, considera o faixa-preta.
As lutas casadas são certeza de emoção e prometem duelos eletrizantes. Bastos diz qual luta do evento está mais animado para assistir.
“Sem dúvidas, Diogo Reis contra Samuel Nagai. Estou animado pra ver como o Samuel vai lidar com o Dioguinho nas regras do ADCC. Acredito que o Samuel leve vantagem na parte física por ser maior, além de ter um estilo bem agressivo. Dioguinho, no entanto, demonstrou maestria tática para ganhar o ADCC e é um competidor assertivo. Ele não perde oportunidades. Uma possível vitória sobre o Diogo pode carimbar o passaporte para o ADCC. Eu gostaria de ver uma revanche do Dioguinho contra o Gabriel Sousa, por exemplo. Enfim, essa luta é uma incógnita com relação ao resultado”, pondera o professor.