Um atleta que conseguiu o tricampeonato mundial de Jiu-Jitsu na faixa-preta é certamente alguém que obteve bastante relevância no esporte. Esse é o caso de Bibiano Fernandes, atleta condecorado da Arte Suave que migrou para o MMA, e conseguiu feitos igualmente grandiosos: como o título de campeão entre os galos do One Championship, somente para citar um exemplo. Em março, Bibiano regressou ao centro do palco ao lutar o Pan-Americano da IBJJF. Na competição, chamou a atenção dos entusiastas por dois motivos principais: pelo regresso ao Jiu-Jitsu e pela conquista, ao final da chave, do tetracampeonato no Pan.
“Eu já queria voltar ao Jiu-Jitsu há bastante tempo, mas me dediquei muito ao MMA. Consegui voltar na hora certa, no Pan-Americano. Eu fiquei muito feliz pelo fato de ter sido nesse campeonato e conseguir ser mais uma vez campeão do Pan, conquistando o tetracampeonato. Foi uma ótima experiência, com vários lutadores na disputa, tive que fazer cinco lutas. Foi o meu recorde, o máximo que fiz foram quatro lutas.”, contou à equipe do VF Comunica.
Para Bibiano, competir é a melhor forma de mostrar aos alunos a efetividade de uma posição
Para Bibiano, que está em uma fase de bastante foco na Flash Academy e no ensino dos seus alunos, a experiência no Pan foi enriquecedora não somente para ele como atleta, mas como professor também. De acordo com o faixa-preta, é na competição que o praticante tem os melhores exemplos de posições que realmente funcionam, e se essas posições são executadas pelo professor, melhor ainda.
“Às vezes, nós ensinamos mas ainda tem algo que o aluno precisa entender. Quando a gente topa competir, a gente mostra na prática a posição que ensinamos nos treinos e esse é o melhor exemplo para a compreensão. O professor prova que aquilo que ele fala realmente dá certo. A posição funciona. Foi muito importante para mim ser exemplo para os meus alunos e para todas as pessoas que estão querendo evoluir.”, reforçou o líder da Flash, dedicado a formar campeões mundiais no futuro. De acordo com a própria experiência, formar um atleta completo é uma missão de longo prazo, com duração de cinco a nove anos.
Voltar à cena da elite competitiva de Jiu-Jitsu deixou Bibiano Fernandes mais motivado, já que a medalha de ouro tirou do adormecimento a função de atleta e ídolo da Arte Suave. “Eu vou continuar lutando BJJ, vou continuar competindo, só preciso entrar no ritmo novamente.”, garantiu.
Ainda que o assunto principal tenha sido a competição de kimono, Bibiano deixou o seu parecer com relação ao grappling, reconhecendo que é uma modalidade em franco desenvolvimento, que vem oferecendo boas chances de visibilidade aos atletas. Experimentado no MMA e colecionador de ouros no Jiu-Jitsu, o manauara diz que prefere ficar com o “Jiu-Jitsu clássico”, que ele considera mais eficaz em “em uma situação de autodefesa ou em uma circunstância de perigo.”.