No Who’s Number One 22, Adele Fornarino integrou o card do evento de última hora, substituindo Ffion Davies em um confronto contra Amanda Alequin. A atleta australiana, representante da Atos, aceitou o desafio com apenas duas semanas de antecedência, tempo insuficiente para um camp elaborado, mas ao menos adequado para montar a estratégia perfeita.
Na luta, Fornarino não derramou sequer uma gota de suor. O motivo? Uma finalização no pé da adversária em apenas 14 segundos de combate. Com a conclusão relâmpago do confronto, Adele entrou para os registros históricos da Flograppling, responsável por executar a finalização mais rápida já vista no WNO.
“Apesar de ter tido apenas duas semanas de antecedência, nós estudamos bastante para aquela luta e garantimos o desenvolvimento de uma estratégia sólida. O objetivo não foi necessariamente conseguir uma finalização rápida, isso não foi algo que aconteceu porque estava focada nisso, foi uma feliz coincidência.”, contou em entrevista à equipe do VF Comunica.
Adele enaltece grappling como modalidade mais atrativa para o público em geral
Esse estilo de jogo agressivo diz muito sobre o comportamento de Adele sempre que ela está em ação. Tarimbada no grappling, a australiana, que tem o Jiu-Jitsu com kimono como uma paixão eterna, reconhece que as maiores oportunidades se concentram no No Gi, além de endossar a afirmação de que no grappling as lutas são mais atrativas para o público leigo.
“Eu nunca vou desistir do kimono e tenho um monte de objetivos que desejo conquistar no Gi, mas o No Gi representa um conjunto diferente de oportunidades. É como um elo entre aqueles que treinam e os que não treinam. Na minha opinião, o grappling é muito mais amigável para aqueles que são novos no esporte. Portanto, tem um espaço maior para crescer.”, analisou.
Campeã peso mosca do evento australiano Submission Reign em edição que aconteceu este mês, com direito a bônus pela performance, Fornarino reforçou a eficácia do seu jogo finalizador com um armlock executado em luta contra Olivia Ukmar. Ao comentar sobre a sua participação no evento, Adele disse que sua forma de lutar prioriza a iniciativa, sempre.
“Eu amo regras de sub only, porque destacam o objetivo do grappling como um todo, que é finalizar o seu oponente. Eu sinto que tenho um jogo muito perigoso nesse sentido, assim como tenho um bom preparo com relação às minhas finalizações. Eu detesto lutas chatas, então não tenho intenção de amarrar a luta. Para cada disputa diferente eu estabeleço metas e resultados, dependendo de qual seja o confronto.”, disse.
Em atuação mais recente no ADCC, faixa-preta da Atos foi avassaladora
Na sua última aparição no ADCC, em uma seletiva que aconteceu no final do ano passado em Singapura, Adele terminou a campanha no torneio com uma taxa de finalizações em 100%. Três foi o número da sorte naquela ocasião: três lutas e três finalizações em um total de três minutos. Quando questionada se fará o mesmo no evento principal do ADCC, em Las Vegas, na temporada atual, a faixa-preta do time de André Galvão disse que planeja performances com a mesma intensidade.
“Um ouro do ADCC é o que eu tenho em vista no momento. Conseguir isso e trazer uma medalha de ouro de volta para a Austrália será muito especial.”, projeta.
Diante de resultados tão expressivos, Adele Fornarino não se deixa deslumbrar por conquistas de uma atleta de alto nível. De acordo com ela, o comprometimento com o treino, aliado a um ambiente que a acolhe, são fatores que fazem com que ela se sinta feliz e realizada no lugar que ocupa. Tudo isso ela encontra na Atos.
“As pessoas no tatame são incrivelmente talentosas e trabalham muito duro. Então, estar cercada de uma galera com a mesma mentalidade, que possui grandes objetivos, é muito motivador. O professor (André) Galvão sempre chega nas aulas com muita energia e positividade, o que faz com que o treino seja agradável. Eu sempre sinto que se estou feliz e curtindo o que estou fazendo, é quando consigo dar o meu melhor. Eu não acho que sou diferente de qualquer outra pessoa, eu só trabalho duro e tento ser inteligente com relação ao meu treino.”, explicou.