A francesa Aurelie Le Vern é um nome do Jiu-Jitsu feminino que todo admirador da modalidade deve ficar de olho. Campeã mundial da IBJJF desde a faixa-azul, a atleta é dona de um desempenho ascendente que a levou ao topo do pódio do Europeu deste ano. Ali mesmo foi recompensada com a faixa-preta, amarrada na cintura da atleta por Tyrone Gonsalves, professor que segue pavimentando com ela um caminho de conquistas.
A retrospectiva do ano de 2023 de Aurelie no Jiu-Jitsu revela uma forte tendência ao grappling, com passagens bem sucedidas pelas Trials do ADCC, incluindo um ouro duplo no Campeonato Brasileiro Sem Kimono da CBJJ.
Em conversa com a equipe do VF Comunica, a francesa revelou que a intenção dela é mesmo essa, explorar ao máximo as possibilidades do sem pano. “2024 já está batendo na porta e eu estou focada agora em aparecer no mundo do grappling. Hoje sou faixa-preta de Luta Livre e quero representar essa modalidade nos grandes eventos. Em suma, o alvo principal é ganhar a seletiva européia do ADCC, marcada para fevereiro na Croácia, e assim carimbar meu passaporte para o evento principal.”, completa a atleta que projeta o título de campeã mundial do ADCC, encaixando aquela que seria a última peça do game.
Atleta comenta evolução do esporte na Guiana Francesa
Nascida no sul da França, Aurelie Le Vern treina hoje na filial da Six Blades na Guiana Francesa, comandada por Tyrone Gonsalves. Segundo ela, o mestre é um excelente precursor do Jiu-Jitsu na região e líder de uma comunidade de atletas experientes e fiéis aos valores de Jiu-Jitsu.
Quanto aos parceiros de treino, Aurelie é só elogios e gratidão. “Nossos treinos seguem o ritmo das competições e meus melhores sparrings são todos meus amigos da Six Blades, não necessariamente competidores que tentam arrancar a minha cabeça a cada aula. São principalmente homens mais fortes que eu. Eles são minha família, eu cuido deles e da minha academia com muito amor. Assim, recebo muito amor de volta.”, afirma a faixa-preta de Jiu-Jitsu e Luta Livre, pois as conquistas no esporte nunca são individuais.
Ao mencionar um treino majoritariamente composto por sparrings masculinos. Aurelie aproveita para comentar as oportunidades que o Jiu-Jitsu cede hoje às atletas do sexo feminino. De acordo com ela, o investimento na carreira ainda não chegou ao ápice e ela segue colhendo os frutos, passo a passo. “O que me mantém é minha academia que está em plena expansão na cidade onde eu moro. De fato, eu acredito que o principal obstáculo, e isso está mudando, é acostumar cada vez mais o público com a ideia de que mulheres são fortes também e sabem dar show de Jiu-Jitsu.”, constata.