Gabriel Almada 
Anna Vyrginnia Rocha foi um dos destaques da faixa-roxa no Pan Nogi. Anna teve desempenho irrepreensível e dominou o peso pesado no evento da IBJJF. No decorrer da campanha rumo ao ouro, a atleta da Checkmat emplacou duas vitórias em sequência. Ela conquistou uma vitória relâmpago na final, ao finalizar a adversária na botinha em menos de um minuto.
Anna é natural de Fortaleza, Ceará, e é apontada como uma das grandes revelações do Jiu-Jitsu que vieram do Nordeste. Ela compete com e sem kimono e está focada em manter a consistência nos tatames.
Em entrevista ao VF Comunica, Anna Vyrginnia comentou sua performance no Pan Nogi e disse que conseguiu impor seu jogo como planejava.
“Lutei muito bem e estava confiante, isso está relacionado com a forma que eu estava treinando, com uma preparação física intensa. Em nenhum momento, eu senti o gás na competição e estava convicta de que seria campeã. Normalmente, eu não sinto isso, mas fiz exatamente o que pretendia. Na primeira luta, fiz duas raspagens e consegui uma passagem de guarda. Em seguida, finalizei bem rápido na chave de pé reta na final. Eu treinava esse ataque desde a faixa-branca, quando ainda morava no Brasil, só que eu tinha parado de treinar essa posição. Comecei a ajustar essa finalização no começo da temporada sem kimono e tem me ajudado bastante”, compartilhou Anna.
Anna comenta adaptação para o Jiu-Jitsu sem kimono
Anna Vyrginnia é aluna de Lucas Leite e possui uma guarda habilidosa. No entanto, ela precisou adaptar seu estilo para o nogi, já que ela é especialista nas guardas laçada e aranha. Então, ela listou os pontos mais fortes de seu Jiu-Jitsu sem kimono e ressaltou a periculosidade de sua chave de pé.
“Eu sempre gostei de fazer guarda e prefiro fazer laçada e aranha. No entanto, não dá para fazer essas guardas no sem kimono, então adaptei meu jogo e tenho feito a De la Riva invertida, tenho um ajuste próprio. A partir dessa posição consigo ir para a 50/50 e depois atacar na botinha ou no armlock invertido. Por cima, gosto de passar cruzando o joelho e prefiro passar colada ou quebrando o quadril”, explicou a faixa-roxa.
Anna Vyrginnia celebra fase no Jiu-Jitsu
Anna listou as áreas em que mais evoluiu no Jiu-Jitsu nessa temporada e destacou que está cada vez mais afiada no sem kimono.
“Sempre fui uma atleta muito disciplinada, mas eu não gostava de treinar sem kimono. Isso afetava meu psicológico porque eu achava que eu não estava entregando minha melhor versão, até porque eu não tinha muito ajuste de posição. Então, hoje estou próxima de encontrar meu jogo sem kimono. É um estilo diferente, sobretudo para mim, que gosto de fazer lapela. Também evoluí mentalmente. Trabalhei os pontos positivos e negativos e encontrei os aspectos que minavam a minha confiança. Então, estou bem mais feliz hoje em dia”, afirmou a representante da Checkmat
Anna Vyrginnia está nos Estados Unidos há dois anos e já enfrentou inúmeras adversidades para se manter como atleta de alto rendimento no Jiu-Jitsu. Ela citou alguns dos entraves que superou ao longo desse período.
Tive diversos obstáculos, o primeiro foi o financeiro, que é uma questão para diversos brasileiros que vêm morar nos Estados Unidos. Mas sempre batalhei para alcançar meus objetivos. Outro fator complicado foi o clima. Eu gosto bastante da Califórnia e há épocas do ano que o clima daqui fica parecido com o de Fortaleza, que é minha cidade natal. Porém, em certas épocas, o tempo muda bastante e afeta minha pele porque tenho uma doença autoimune”, concluiu Anna.
