Os campeões das classificatórias do Aiga no Brasil foram os membros do Team Kasai, equipe liderada por Matheus Lutes e Ulpiano Malachias, responsável pelo coach. Na final das classificatórias, contra a Vouk Elite Team, o grupo composto por atletas como Pedro Marinho, Fabrício Andrey, Roberto Jimenez e Andrew Tackett foram superiores e garantiram vaga no evento principal com 7×0 no placar.
Com dominância e interação impecável entre os membros do Team Kazai, o desempenho em conjunto resultou no número impressionante de 21 vitórias com 20 finalizações. Piano Malachias, em entrevista ao VF Comunica, disse que a sinergia do grupo foi fundamental para o resultado positivo. Todos eles vão participar da etapa final, no Cazaquistão.
“Foi uma experiência fantástica, porque montamos um time com pessoas de várias equipes, inclusive com caras que lutam entre eles. Estávamos todos muito unidos, com uma vibe muito alto astral. Isso refletiu no tatame. Fizemos 21 vitórias com 20 finalizações. Foi uma sintonia de equipe muito boa, há anos estou no Jiu-Jitsu e ainda não vi a sinergia que tivemos ali, juntos.”, contou o veterano da Gracie Barra.
Para o evento principal, que vai pagar um milhão de dólares ao time campeão no início de 2025, Ulpiano Malachias também está escalado para lutar. Segundo ele, a função de coach que ele assumiu nas classificatórias do Brasil, além de auxiliar os atletas, polpa que eles se preocupem muito em instruir os colegas no momento de luta de cada um deles, reservando as energias para as suas próprias performances.
Pedro Marinho, atleta de Piano na Gracie Barra, contribuiu para o acervo de finalizações do time Kazai no Aiga
O pupilo Pedro Marinho, qualificado pelo mestre como “finalizador nato”, impressionou o público com postura agressiva na competição. Para Piano, o que mais faz diferença hoje no jogo de Pedro é a calma e a maturidade, qualidades que o fizeram aprender a conduzir uma luta com mais sabedoria.
“O Pedro sempre teve um nível de Jiu-Jitsu muito alto, ele tem um estilo único, bem agressivo. A maior evolução que ele teve foi de cabeça. Ele amadureceu e entendeu que não precisa entrar no tatame para quebrar o cara em 20 segundos, ele sempre quer finalizar. Tem que lutar com mais inteligência e agora ele está fazendo isso. Ele finaliza, mas quando não dá, é isso. Ele é um finalizador nato que ainda vai evoluir muito ainda. Tenho certeza que ele vai ser campeão do ADCC.”, projetou confiante.
Por falar ADCC, Ulpiano Malachias opinou sobre o Craig Jones Invitational, evento de grappling que está ganhando fama por concorrer com o maior torneio sem pano do mundo, por estar agendado em Las Vegas e no mesmo final de semana de agosto, e pela premiação nada modesta: é mais uma milhão de dólares na jogada, assim como no evento principal do Aiga. Pedro Marinho continua no ADCC, conforme relatou Piano porque, de acordo com ele, o que vale é o prestígio de uma competição cheia de tradição.
“A evolução do esporte gira muito em torno de querer lutar por dinheiro. Eu e o Pedro vamos ficar no ADCC porque eu acredito na questão do legado. Esse campeonato do Craig Jones só dá o dinheiro mesmo. A gente mora aqui nos Estados Unidos e, sendo bem sincero, eu acho que um milhão não vai mudar a vida de ninguém. Pensando bem, você compra uma casa, monta uma academia, é bom, mas acho que não muda uma vida. O ADCC existe há vários anos, tem um legado. Um exemplo: o atleta olímpico não ganha uma grande quantia em dinheiro. Eu acho que isso pode impactar a indústria de forma positiva e negativa. Esse tipo de premiação não vai acontecer sempre. Acho que ele está fazendo isso para provocar. Eu respeito quem vai lutar, mas eu e o Pedro estamos preocupados com o legado.”, confirmou Piano.